Paixão Obsessiva (Unforgettable, 2017); Direção: Denise Di Novi; Roteiro: Christina Hodson, David Leslie Johnson; Elenco: Rosario Dawson, Katherine Heigl, Geoff Stults; Duração: 100 minutos; Gênero: Drama, Thriller; Produção: Denise Di Novi, Alison Greenspan e Ravi D. Mehta; Distribuição: Warner Bros. Pictures; País de Origem: Estados Unidos; Estreia no Brasil: 20 de Abril de 2017;
Quando o casamento de Tessa e David termina, ela fica com a casa e com a guarda da filha. Furiosa com a situação, Tessa descobre que seu ex já está envolvido com Julia, que no passado foi vítima de violência doméstica pelo ex-marido. Enquanto tem que se adaptar com a vida de madrasta, Tessa arma um plano para separar o casal e reatar seu antigo relacionamento.
“Unforgettable” tem como grande atrativo o retorno às telas de uma atriz bastante queridinha do público. Protagonista de comédias de sucesso como “Vestida para Casar, “Ligeiramente Grávidos” e “A Verdade Nua e Crua”, Katherine Heigl agora mãe, voltou com algo “novo” na sua carreira. Um novo entre aspas, porque se o gênero é algo diferente na sua filmografia, não podemos dizer o mesmo da temática. Mulheres obcecadas por um ex-affair (ou marido nesse caso), já foi tema de sucessos como “Atração Fatal” ou ainda mais semelhante, “Obsessiva” com a cantora Beyoncé Knowles.
Nada mais é do que costumamos chamar de suspense “SuperCine”, reunindo várias características comuns entre os filmes exibidos nas madrugadas da Globo. Geralmente filmes b, cheio de plot twists, trilha sonora alta, momentos de tensão, uma luta entre uma figura boa (Julia) e um vilão (Tessa), que vai resultar em muitas cenas de terror surreais. O principal diferencial desse lançamento é uma carga dramática maior, afinal, uma das protagonistas já foi vítima de violência doméstica. Ponto a favor, visto que é um tema em evidência e oportuno para ser utilizado por uma diretora mulher, ainda que ela não tenha experiência suficiente para jogar isso ao seu favor. Infelizmente, logo na primeira cena já é entregue o final do abusador e o clima de tensão que ronda a sua figura dura apenas alguns minutos. Talvez seja uma opção do roteiro para priorizar o fato da fita ser dominada pelas mulheres, onde a outra figura masculina em cena é um marido “cego” perante as situações, sem postura nenhuma. Só não arriscaria classificá-lo como feminista, porque é complicado chamar assim um thriller onde uma mulher passa a maior parte do tempo tentando destruir um casamento e voltar com o ex-marido.
Agora vamos falar de Katherine Heigl, já que como escrito acima é o grande atrativo do marketing do projeto. A atriz não é precisamente conhecida pelas suas irretocáveis atuações, tendo colecionado ao longo da carreira inúmeras indicações ao Framboesa de Ouro, prêmio que “prestigia” os piores do ano. Sua “barbie do mal” não preza muito pela sutileza, mostrando em cada cena todo frieza e perturbação de sua personagem. Não é uma Glenn Close, mas consegue ser um pouquinho memorável, afinal, quem não gosta de uma vilã bem exagerada e clichê? Completam o elenco Geoff Stults e Rosario Dawson (Luke Cage), que se esforça bastante para tentar deixar algumas cenas mais críveis.
Pelo menos o trailer não é mentiroso e dá ao espectador a noção exata do que esperar ao comprar o ingresso. Um bom entretenimento? Provavelmente, afinal na sessão em que eu estava o público saiu dando risada das situações surreais do final (ou seria do filme todo?).
TRAILER LEGENDADO