Não é de hoje que o histórico da premiação demonstra a pouca abertura à diversidade racial em Hollywood. Ano passado (2016) foi o estopim para se debater o racismo no Oscar, com a ausência de indicações de atrizes negras e atores negros nas categorias principais. E com a #OscarSoWhite, a premiação sofreu seu maior boicote.

#OscarSoWhite

Para melhor exemplificar, vamos ver os números de 1929-2016:

FONTE: ESTADÃO – http://infograficos.estadao.com.br/caderno2/oscar-polemica-racial/

Número desastroso para a quantidade de profissionais na área que tem a mesma capacidade e habilidade de ganhar a estatueta. Mas aí entramos em outra questão, e as oportunidades? Hollywood se moldou em um padrão, que precisamos SIM problematizar e quebrar estereótipos racistas. Viola “Deus” Davis, em seu poderoso discurso ao ganhar o Emmy em 2015 mandou o recado, veja aí:

Oscar 2017 tem 20 profissionais negras negros, são atores, atrizes, produtores, roteiristas. Juntas e juntos estão fazendo história e mostrando que seus trabalhos merecem ser reconhecidos.

Alguns marcos do Oscar 2017:

1) O número de atores negros indicados chega a seis, e bate o recorde de cinco indicações em 2006 e em 2004

2) É o primeiro ano em que há atrizes negras e atores negros concorrendo em todas as categorias de atuação.

3) Viola Davis se tornou a primeira mulher negra a ser indicada três vezes

4) Entre os homens, Denzel Washington quebrou seu próprio recorde com a sua sétima indicação

5) É o primeiro ano em que há três negras concorrendo em uma mesma categoria: Viola Davis, Naomi Harriz e Octavia Spencer disputam em atriz coadjuvante

6) Joi McMillon, de “Moonlight”, é a primeira mulher negra na categoria de edição

7) Barry Jenkins, diretor e produtor de “Moonlight”, se tornou o primeiro negro indicado nas categorias de melhor diretor, filme e roteiro adaptado

8) Quatro filmes de produtores negros concorrem em documentário: AvaDuvernay (“13ª emenda”), Ezra Edelman (“O.J.: Made in America”), Raoul Peck e Hébert Peck (“Eu não sou o seu negro”) e Roger Ross Williams (“Vida, animada”).

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A representividade importa em todos os setores, principalmente em tempos contemporâneos e de fragilidades humanas, a imagem é a informação. Através dela modas, comportamentos, músicas, filmes, profissões são moldadas para “melhor serem aceitas na sociedade”, então a reprodução midiática precisa conversar e mostrar diversidade.

Com uma festa das cores, política já estamos aguardando com a cerimônia de premiação. E teremos outro discurso bapho da Deus Viola, Oscar já é dela né gente?!

About the author

Psicanalista. Membro do CEPP- Centro de Estudo e Pesquisa em Psicanálise do Vale do Aço. Membro da curadoria do Los Películas Cineclube. Coordenadora do GT Gênero e Diversidade. Atriz na cia Teatro Nervoso.

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