Direção: Adam McKay
Roteiro: Adam McKay e Will Ferrel
Elenco: Will Ferrel, Steve Carrell, Christiana Applegate
Gênero: Comédia
Estreia Mundial: 20 de dezembro de 2013
Estreia no Brasil: 28 de fevereiro de 2014
Duração: 119 minutos
O filme “O Âncora: A Lenda de Ron Burgundy” conseguiu surpreender e se tornar um tremendo sucesso, sendo cultuado a medida do tempo. Com tanta clamor por parte da crítica e do público, uma continuação se tornou inevitável, com a difícil missão de seguir o estilo do primeiro, porém sem repetição ou encheção de linguiça.
Missão que é cumprida e, surpreendentemente, o segundo longa consegue superar o original. Servindo assim de uma comédia inteligente, divertida e pra lá de inusitada, onde a sátira e a crítica caminham juntamente e rendem um grande filme onde não ser levado a sério é o objetivo principal.
No longa, Ron Burgundy (Will Ferrel) perde o emprego para a esposa e também âncora Verônica (Christina Applegate), o que o faz se separar e decair de vez. Porém, ele encontra a luz no fim do túnel, sendo contratado por uma emissora que pretende exibir 24 horas de notícias, interruptamente. O âncora então retorna ao ar junto aos seus amigos inseparáveis: o comentarista esportivo Champ Kind (David Kolcher), o repórter Brian Fantana (Paul Rudd) e o meteorologista Brick (Steve Carrel). No comando do noticiário, a equipe comete as maiores barbaridades, que logo são aclamadas pelos telespectadores que nem sabem o que estão vendo, porém adoram. O ego então de Ron ascende na proporção da audiência da emissora, o que começa a gerar inúmeros conflitos.
O roteiro escrito pelo próprio Ferrel abusa ao máximo do humor negro e do politicamente incorreto, com um exagero em certos pontos que pode perturbar parcelas do público, como a relação com o racismo para época. Porém as inúmeras críticas ao jornalismo rendem importantes reflexões. É a sátira suprema aos meios de comunicação que se encontram cada vez mais tendenciosos, sensacionalistas , manipuláveis, estéreis e, muitas vezes, a serviço de poderosos.
Will Ferrel nunca esteve tão confortável num papel como agora, ele consegue dar personalidade a um personagem extremamente vazio e fútil, aproximando-o ao público. O destaque é que Ferrel dá espaço também aos seus companheiros de cena, todos tentando ao máximo marcar presença em cena. Um destaque para o ótimo Steve Carrel, que consegue roubar a cena em suas participações, junto a Kristen Wiig, ambos divertidíssimos.
Em grande suma, “Tudo Por Um Furo” se vende como uma grande bobagem – chega até ser- mas, na grande verdade, é um filme que por trás dos excessos e das patacoadas consegue render um importante debate sobre os caminhos das telecomunicações e e alienação por parte do público. O que, se tratando do gênero, é uma conquista a ser comemorada.
~TRAILER LEGENDADO~