Direção: José Padilha
Roteiro: Josh Zetumer
Elenco: Joel Kinnaman, Gary Oldman, Michael Keaton
Gênero: Ação/ficção
Estreia Mundial: 30 de janeiro de 2014 
Estreia no Brasil: 21 de fevereiro de 2014
Duração: 108 minutos

Quando foi anunciado o remake de Robocop, clássico que marcou gerações, se estabeleceu um clima de desconfiança, que apenas aumentou após o anúncio do diretor brasileiro José Padilha (de Tropa de Elite 1 e 2) a frente do projeto. O que se pode dizer inicialmente é que a nova versão segue a fórmula comum de uma refilmagem: Desnecessária, porém isso não significa que o filme é de todo ruim.

Na trama futurística, o empresário Raymond Sellers (Michael Keaton) luta no Senado Federal para remover uma lei que proíbe o uso de policiais robôs em território americano, visto o uso da tecnologia pelo exército norte-americano em suas intervenções militares externas em nome da “liberdade”. Paralelamente, o idealista e honesto detetive Alex Murphy (Joel Kinnaman) tenta desvendar a ligação entre a máfia de Detroit com a polícia, o que acarreta um ataque contra sua vida, deixando-o fatalmente ferido. Então o detetive acaba passando por inúmeros procedimentos robóticos liderados pelo Dr. Norton (Gary Oldman), membro da empresa Omnicop de Sellers, transformando então o detetive em um ser robotizado, pronto para enfrentar o crime.

Engessado é a melhor definição ao roteiro pra lá de preguiçoso, que não consegue desenvolver direito os personagens e nem seus conflitos. A falta de um vilão que seja um contraponto a altura do personagem título incomoda e torna o antagonista principal apenas questões morais e pessoais -que não são conclusivas.  O debate entre “ser homem (imperfeito) ou máquina (perfeito) é pra lá de batido e repetitivo. Ainda há espaço para críticas contra as industrias bélicas que só visam lucrar com conflitos e também a alienação do povo que nada faz, com auxílio de uma mídia sensacionalista e tendenciosa (representava aqui por um apresentador bem sádico).

A estréia de José Padilha em Hollywood é até animadora, porém ele acaba enfrentando conflitos: primeiro pelo estúdio que quis fazer algo atingível a todos os públicos -sobretudo os menores, compradores de brinquedos. O segundo é seus próprios vícios, repetindo a si mesmo. Há inúmeros elementos dos “Tropas de Elite” espalhados, o que não chega a ser um defeito grande, porém serve de alerta ao diretor para ousar e inovar futuramente. O tom crítico proposto por Padilha é uma qualidade a se exaltar, como a grande sátira que faz do excesso do patriotismo norte-americano, porém mesmo assim falta algo que sustente o filme em si.

O elenco, no geral, é esforçado, mas nenhum consegue mesmo se sobressair por defeitos sobretudo do roteiro. Dentre os destaques, Gary Oldman (sempre excepcional) é o mais dedicado e mostra que merece ser um dos atores mais requisitados atualmente, junto a ele temos Samuel L.Jackson maravilhoso como  o apresentador calhorda de TV. Michael Keaton no ápice da apatia e com uma performance bem canastrona. O ator Joel Kinnaman não chega a ser ruim, porém falta um tanto que garra ao personagem, que fica sem personalidade e tão pouco um “quê” marcante.

O grande problema do remake é que se torna um filme muito militado, desperdiçando o fecundo material. Tenta-se construir uma atmosfera de adrenalina, onde parece que algo está para acontecer em cada sequência, porém pouco ocorre, nada empolga e falta um momento de ápice, onde o expectador fique ofegante ou empolgado.

No geral, Robocop pode até ser um filme divertido,  mas fica sendo um longa dos “quases”: quase uma obra relevante, ofegante e marcante. É agradável de se assistir, até por ser um “pipocão” bem descomprometido, mesmo não agregando nada ao gênero e tão pouco aos blockbusters.

 ~TRAILER LEGENDADO~

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