Direção: Carlos Saldanha
Roteiro: Carlos Saldanha e Don Rhymer
Produção: Bruce Anderson e John C. Donkin
Estreia Mundial: 11 de Abril de 2014
Estreia no Brasil: 27 de Março de 2014
Duração: 101 minutos
Gênero: Animação

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Logo no início da projeção, já temos uma apresentação musical mostrando as belezas do Rio e como ele só tem coisas boas para oferecer (algo que nós, brasileiros, e qualquer um que já tenha visitado a Cidade Maravilhosa sabe que não é verdade). A primeira impressão que temos é que, assim como o primeiro, a continuação seguirá mostrando só a parte bonita, deixando de abordar alguns aspectos da realidade. Felizmente, somos enganados com essa introdução, visto que ao decorrer do enredo, problemas importantes são abordados, desde a captura ilegal de animais silvestres até o desmatamento na Amazônia.

Em Rio 2, que poderia tranquilamente ter seu nome alterado para Amazônia – uma vez que a maior parte da narrativa toma como espaço essa imensa floresta tropical-, Blu, Jade e seus três filhos decidem viajar para Amazônia. Blu, no entanto, por ser domesticado, encontra dificuldades para se adaptar a vida na floresta e tenta, de várias maneiras agradar sua esposa que está pedindo que a família comece a se adaptar a uma vida mais selvagem, ou seja, uma volta às origens.

Um dos grandes trunfos de Rio 2 é de não ter medo de mostrar os diversos problemas enfrentados na Amazônia. O foco principal se dá no desmatamento que ocorre diariamente na floresta e a partir disso a trama vai se desenvolvendo. O roteiro, no entanto, passa por altos e baixos. O destaque fica com as várias relações que são feitas entre interior e cidade, os choques que ocorrem quando, Blu, por exemplo, que sempre viveu com humanos e “suas tecnologias”, chega no campo e não consegue se adaptar a vida sem as facilidades do mundo moderno. Já o ponto fraco fica com a resolução dos conflitos que se dá de maneira muito fácil, logo, não há muito tempo para que realmente crie-se uma aflição no espectador.

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Mais uma vez, os personagens coadjuvantes conseguem roubar a cena, desta vez, além dos que nós já conhecemos do anterior, alguns novos nos são apresentados e esses, que são nativos da Amazônia, mostram o cuidado da produção em manter a fidelidade, desde a forma como as danças são feitas, até o próprio desenho das aves, tartarugas e diferente animais que vão aparecendo durante o filme. Mais uma vez, a Fox e Bluesky nos entregam uma produção artisticamente impecável da trilha sonora à direção de arte.

Resolvendo alguns falhas da primeira produção, Rio 2 não tem medo de mostrar algumas imperfeições do Brasil, mas, ao mesmo tempo, não deixa de destacar as belezas, fazendo com que o filme fique um pouco mais coerente com a nossa realidade.

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