Título Original: Risen

Direção:  Kevin Reynolds

Roteiro:  Kevin Reynolds e Paul Aiello

Elenco:  Joseph Fiennes, Tom Felton, Peter Firth, Cliff Curtis, María Botto

Produção: Patrick Aiello, Mickey Liddell, Pete Shilaimon

Estreia Mundial: 19 de Fevereiro de 2016

Estreia no Brasil: 17 de Março de 2016

Gênero: Drama/Ação/Aventura

Duração: 107 minutos

Classificação Indicativa: 12 anos

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É sempre uma tarefa complicada para um ateu como eu analisar filmes que se pautam por temas religiosos, mas vamos lá! Conforme o próprio nome da fita já nos sugere, a história se passa entre a crucificação e a ressurreição de Jesus, contudo, parte de uma abordagem diferente: geralmente, o protagonismo parte dos discípulos, dos apóstolos ou até de pessoas próximas ao messias, o que não ocorre aqui, em Ressurreição, uma vez que toda a situação é vista pela ótica do personagem fictício Clávius (Joseph Fiennes) que, pasmem, é uma espécie de soldado de Pôncio Pilatos (Peter Firth). Em princípio, a ideia parece ser agradável e, de certa forma, revigorante – principalmente quando estamos lidando com um material o qual já foi adaptado diversas vezes. Com efeito, funciona até boa parte da película, mas acaba, no final, indo para o mais do mesmo.

Caso você não saiba da história, farei um breve resumo. Após ser crucificado, Jesus/Yeshua (Cliff Curtis) é levado para uma tumba a qual é selada, em função dos boatos que o profeta ressuscitaria no terceiro dia. Clávius é um soldado do prefeito Pôncio Pilatos e recebe a missão de cuidar desse caso e, como todo mundo já sabe, Jesus ressuscita, ou seja, a tumba é aberta. Entretanto, Pilatos acredita que tudo não passa de uma farsa e que o verdadeiro corpo do “Filho de Deus” foi roubado e, claro, sobra para o protagonista ir investigar. Mais cedo ou mais tarde, ele acaba se encontrando com Yeshua e se vê tentado a seguir novos rumos.

Se por um lado, a mudança de visão sobre a história mais batida de todos os tempo soa interessante, por outro, a execução conservadora, beirando ao medo de apontar ou destruir certas figuras se mostra bastante problemática. Isso fica evidente, tanto na direção, quanto no design de produção. A primeira, cujo mentor é Kevin Reynolds (de Waterworld), é bastante pedestre, uma vez que usa e abusa de clichês do gênero (se assim eu puder classificar essa onda de filmes bíblicos) para trazer uma imagem idealizada de Jesus e todos os seus seguidores. Ademais, a situação fica ainda pior quando chegamos nas cenas de ação cujo baixo orçamento obriga o realizador a investir em planos mais fechados – que, por sinal, não funcionam, aliás, confundem o espectador. E o segundo, consegue ser ainda mais previsível e lugar comum que o primeiro: não há muita inventividade nos figurinos, os cenários não convencem nenhum pouco e as passagens que envolvem algum tratamento de efeito especial são vergonhosas.

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Por fim, Ressurreição se mostra um filme de nicho, feito para agradar um público específico, principalmente religioso, visto que, em seus últimos minutos, começa a ficar batendo naquela velha histórias de messias que reúne alguns seguidores para espalhar seus ensinamentos. Dessa forma, o longa, que tentava trazer uma outra visão, acaba dando um tiro no próprio pé, visto que tem em seu terceiro ato tudo aquilo que já vimos um milhão de vezes. É decepcionante, apenas.

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