Gostando ou não, a Marvel é de longe o único estúdio capaz de introduzir e , até dado momento, desenvolver seu universo de forma coesa. O término da chamada “primeira fase” culminou no encontro dos principais heróis deste universo, no super grupo intitulado “Os Vingadores”, sendo um filme divisor de águas para o gênero, sobretudo por aumentar a interação e sintonia nos projetos futuros da chamada “fase dois”. Contudo, a questão de como finalizar uma fase e abrir a derradeira “fase três” sem perder a maestria, o desenvolvimento dos personagens e preparar pros futuros eventos? “Os Vingadores: A Era de Ultron” tem como mérito principal fugir do lugar comum no qual era conveniente ir, além de acrescentar novos elementos ao mundo Marvel , deixando o expectador ‘nerd’ eufórico, porém o mero amante do cinema também sai satisfeito, num blockbuster menos pipocão e mais instigante.

O longa começa com o grupo de heróis reunidos contra os membros remanescentes do grupo neo-nazista “Hidra”, testando os poderes do centro do loki com humanos, os garantindo poderes. São os gêmeos: Wanda (Elizabeth Olsen) e Pietro (Aaron Taylor-Johnson), agindo de forma vingativa por motivos próprios. Quando as ameaças parecem terem cessados, um novo inimigo surge devido a ânsia de Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Downey Jr) e Bruce Banner/Hulk (Mark Ruffalo) em construírem uma força capaz de deter qualquer tipo de ameaçar. Ultron (James Spander) é criado para proteção, porém vê apenas um mundo em iminente destruição, consequência dos humanos em geral, revolvendo se livrar de amarrar e propor construir sua própria Era perante o fim da atual. Eis que o palco se abre para inúmeros conflitos entre o grupo, até a luta conclusiva para salvar a terra.

Logo de cara parece que é um enredo batido típico dos filmes ao gênero, daqueles que criam seu clímax no seu desfecho final, sendo pouco inventivo. Entretanto, o roteiro consegue compor uma dinâmica entre os personagens bem mais madura que o primeiro filme, há um notório clima de tensão no ar, sobretudo pelo fato de aumentar a cisão entre Capitão América (Chris Evans) e Tony Stark, as duas lideranças do grupo com egos muito diferentes, discordando de como levar o grupo a diante. Da outra ponta, há uma importância nos coadjuvantes interessante, Gavião arqueiro (Jeremy Renner) ganha espaço, pode até ser irrelevante, porém aumenta a maturidade do filme, o mais chamativo ao meu ver foi descobrir um pouco mais do passado da Viúva negra (Scarlet Johansonn) e sua tempestuosa relação com Bruce Banner, um tom romântico bem atípico da produção, nos moldes da animanação ao clássica da Disney “A Bela e a Fera” , abrindo arestas para os projetos futuros. Particularmente, já torço para um filme solo da personagem de Johansonn, até pelo fato dela estar sendo bem desenvolvida aos poucos, na composição de suas participações. Sobre o vilão Ultron, James Spander dá um toque hamlettiano a ele, introduz, mesmo que superficialmente, o debate sobre inteligência artificial, trás a toma a filosofia de como o homem se auto-destrói, corrompendo o planeta, além de mostrar que muitas vezes vale mais ver o circo pegar fogo que pensar sobre as consequências de nossos atos. É um vilão serio, poderia ter evitado dar a ele algumas tiradas cômicas um pouco forçadas, entretanto ele consegue amedrontar e expor sua causa, com um plano bem original, digamos.

O elenco, novamente, parece estar confortável com seus papéis, porém há uma leve saturação em Robert Downey Jr, não só pelo seu personagem, sua atuação já está no automático e requer de um upgrade já. De novo quem rouba a cena são os coadjuvantes, sobretudo os novos personagens, Elizabeth Olsen tem carisma e parece ser promissora, James Spander tem em seu vilão algo marcante, Paul Bettany é introduzido de forma bárbara, deixa o expectador com gostinho de querendo mais. A direção de Josh Whendon é eficiente, aproveita o material que detém, desenvolve bem e o finaliza de forma bem clara, abrindo já espaço pras aventuras individuais dos heróis, além dos futuros introduzidos, visto que a fase três começa este ano com o filme solo do “Homem-formiga”. Deixa expectativa clara pros fãs dos eventos futuros, pros não fãs fica aquele anseio de um próximo blockbuster menos pipoca e mais cabeça.

Um filme mais maduro como “A Era de Ultron”, menos cartunesco e mais adulto, assim como “Capitão América: O Soldado Invernal”, torna evidente os rumos que a Marvel irá conduzir futuramente. A esperança fica para que continue assim, surpreendendo e proporcionando grandes momentos de entretenimento. Afinal de contas, tem coisa mais divertida que ver o Hulk e o Homem de Ferro duelando entre si? Ou então aguardar qual personagem clássico irá ganhar vida nas telas. São coisas assim que me deixam angustiado pela espera das próximas aventuras dos heróis mais poderosos da terra.

P.S: Não há cena após o término dos créditos, apenas uma sequência depois dos créditos iniciais.

P.S 2: Sequência bem insossa, porém vamos rumo à Guerra do Infinito.

~~TRAILER LEGENDADO~~

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