Título Original: The Gunman

Direção: Pierre Morel

Roteiro: Don MacPherson, Sean Penn e Pete Travis

Elenco: Sean Penn, Javier Bardem, Idris Elba, Jasmine Trinca, Ray Winstone, Mark Rylance

Produção: Andrew Rona, Joel Silver, Sean Penn

Estreia Mundial: 16 de Fevereiro de 2015

Estreia no Brasil: 7 de Maio de 2015

Gênero: Ação

Duração: 115 minutos

Classificação Indicativa: 16 anos

gunman

Não, não é uma refilmagem do clássico de Michael Cimino. Não tem Robert de Niro, Christopher Walken, quiça Meryl Streep. É apenas mais uma ótima tradução brasileira que é tão boa quanto o filme. Pelo menos tem Sean Penn, Javier Bardem e Idris Elba, mas isso não quer dizer muita coisa, ainda mais quando temos uma produção tão pobre em história e roteiro.

Após um trabalho ousado como atirador de elite, Terrier (Penn) decide se aposentar para fugir dos inimigos que acabou criando. Passados sete anos, o passado resolve voltar para assombrá-lo. Nesse remember ele descobre que seu antigo amigo Felix (Bardem) se casou com o amor de sua vida, Annie (Jasmine Trinca) e que está sendo perseguindo por uma galerinha da pesada. Enfim, a mesma coisa de sempre, nem vou mais perder muito tempo para contar.

Se não bastasse a história desinteressante, os personagens conseguem ser mais insuportáveis ainda. Isso se deve, principalmente, a péssima construção narrativa. No inicio há uma aparente má vontade de introduzir os protagonistas e os problemas a serem enfrentados. Acontece X, acontece Y, mas nada é muito relevante para o resto do longa. Ademais, o excesso de diálogos relacionando passado e presente acabam por confundir o espectador que fica perdido nos primeiros trinta minutos. Logo depois da primeira meia hora, até que há um maior desenvolvimento e o filme começa a fazer sentido, porém quando vai para o terceiro ato, a narrativa se perde totalmente e as soluções para os conflitos ou a criação deles beira o ridículo e a preguiça. Principalmente no que se refere a um caderno que é deixado por ai pelo protagonista.

The-Gunman-4-Idris-ElbaA direção, por outro lado, é bastante competente. Pierre Morel, conhecido pelo seu bom trabalho em Busca Implacável, apresenta-nos uma condução bastante efetiva, principalmente nas cenas de ação, especialmente nas lutas. O mesmo pode ser dito sobre a direção de arte, mais especificamente no figurino. No início, as vestimentas de Terrier são alegres e floridas, ao passo que as de Felix tendem ao preto e ao cinza. Depois que se passam vários anos e este assume boa parte da vida daquele, as roupas mudam e o primeiro usa mais preto, ao passo que o segundo usa cores mais alegres. O mesmo cuidado não se verifica, entretanto, na fotografia, uma vez que tanto a paleta usada, quanto as transições entre os tons quentes e escuros é de muito mau gosto. Mais parece que foi aplicado um filtro e que esse foi usado o tempo todo. Nessa linha, segue, também, a onipresente e exagerada trilha sonora de Marco Beltramini (Guerra Mundial Z e Pânico).

Por fim, não posse deixar de falar das atuações. Afinal, temos um time de peso com Sean Penn, Javier Bardem e Idris Elba que, sim, estão muito bem no filme, conseguindo espaço durante a projeção. O problema, reitero, é o roteiro que não só descarta personagens, como também não os explora para que ocorra uma identificação e uma posterior preocupação do espectador que acaba ficando totalmente blasé ante a chatice que é a fita.

Bardem

O Franco-Atirador é uma enganação desde o nome até o fim dos créditos. Conquanto tenha uma boa direção e um bom design de produção, falha no mais simples que é roteiro, história, personagens. É mais uma daquelas películas que já tem um lugarzinho garantido no Domingo Maior, pois ou a pessoa dorme assistindo, ou muda de canal.

TRAILER LEGENDADO

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