Direção: Mike Flanagan
Roteiro: Mike Flanagan e Jeff Howard
Elenco: Karen Gillan, Brenton Thwaites, Katee Sackhoff, Rory Cochrane
Produção: Marc D. Evans, Trevor Macy
Estreia Mundial: 11 de Abril de 2014
Estreia no Brasil: 03 de Julho de 2014
Duração: 104 minutos
Gênero: Terror
Classificação: não recomendado para menores de 16 anos

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James Wan e seus ótimos Sobrenatural e Invocação do Mal, talvez, tenha dado o pontapé para uma nova e revigorada safra do gênero terror. O Espelho, claramente, vêm nesse embalo, uma vez que nos apresenta uma historia complexa e crível (assim como os últimos projetos de Wan), e um cuidado técnico (algo que dificilmente conseguimos presenciar nesse tipo de filme). Acaba por falhar, entretanto, na sua maior e mais simples pretensão: a de causar medo.

Após mais de uma década em um sanatório, o médico de Tim (Brenton Thwaites de Malévola) lhe permite voltar a sociedade, pois já acha que ele está mentalmente preparado para isso. Logo após a sua saída, ele se muda para a casa da irmã mais velha, Kaylie (Karen Gillan de Doctor Who) a qual, mesmo depois de tanto anos, ainda permanece obcecada por acabar com o espelho que, segundo sua concepção, enlouqueceu e matou seus pais, destruindo não só a sua vida, mas a de seu irmão.

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Na tentativa de desmascarar e destruir o artefato, ela coloca um monte de câmeras, alarmes e todo o tipo de precaução para não ser levada pelos poderes do espelho. No entanto, o plano acaba por não dar certo e Tim e Kaylie acabam por cair em uma dimensão paralela na qual suas ações atuais são confundidas com as suas ações do passado, como se tivessem vivendo a infância e o presente ao mesmo tempo.

O roteiro de Mike Flanagan e Jeff Howard, como pode-se perceber pela sinopse, investe em uma ideia bastante complexa e, de certo ponto de vista, corajosa – lembrando muito Amytiville -, visto que ele vai alternando entre passado e presente de forma praticamente orgânica, a qual também é contemplada pela direção de Flanagan que consegue criar um aspecto bastante clastrofobico, abusando dos planos fechados, mas que, mesmo assim, falham no quesito medo.

Apesar de toda essa complexidade que o argumento e a montagem tentam criar, os subsídios necessários para que o espectador consiga tranquilamente acompanhar a narrativa são esquecidos. tanto que em certos momentos do filme fica dificil distinguir as ações dos personagens das do espelho. Devido a confusão que vai sendo criada em nossa cabeças, ficamos tão preocupados em acompanhar todos os acontecimentos e as trocas de dimensões que acabamos por não conseguir nos envolver o suficiente para que consigamos nos assustar. Além disso, a fotografia em algumas cenas é deveras escura, ao ponto de não ser possivel acompanhar os acontecimentos – mais uma vez – o que deveria gerar tensão, termina por causar desconforto e até confusão, auxiliando ainda mais para o afastamento do espectador da história.

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Apesar dos percalços, não posso deixar de reconhecer que O Espelho é um produção de terror que tinha um excelente potencial, o qual infelizmente não foi alcançado, contudo consegue, mesmo assim, se sair acima da média do gênero. Pode não causar o mesmo medo que Amytiville provoca até hoje (estou me referindo ao original, pois já esqueci que existe uma refilmagem), porém é bem sucedido na criação um excelente background. Como fã do gênero, fico no aguardo de que Wan tenha inspirado mais realizadores a fazerem como Flanagan, tentando trazer de volta às telonas um terror de qualidade.

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