Direção: Ridley Scott
Roteiro: Cormac McCarthy
Elenco: Michael Fassbender, Javier Bardem, Penélope Cruz, Cameron Diaz, Brad Pitt
País de Origem: EUA
Estreia Mundial: 25 de outubro de 2013
Estreia Nacional: 25 de outubro de 2013
Gênero: Drama, policial
Duração: 117 minutos

O Conselheiro do Crime consegue ser um filme no mínimo reflexivo e que vai te fazer pensar nos seus pecados.

As impressões iniciais de “O Conselheiro do Crime”, novo filme do diretor Ridley Scott, indicam que se trata de um thriller violento e com uma ação de tirar o fôlego. Porém, tal estratégia de marketing se mostrou falha, principalmente por esconder o potencial que a obra apresenta, tendo uma carga filosófica que vai muito além da violência e do sexo.

Michael Fassbender é o tal conselheiro do título, um advogado que se envolve no ramo do tráfico de drogas, aliado ao seu incomum e brega amigo Reiner (Javier Bardem) e o parceiro calculista Westray (Brad Pitt). Tudo isso para conseguir se casar e proporcionar uma vida merecida a sua noiva (Pénelope Cruz), por quem está loucamente apaixonado.

A narrativa vai se construindo em cada passo dado pelo Conselheiro, que ao longo do filme é quem recebe mais conselhos, não os seguindo. Sua ambição e prepotência são tantas que ele autointitula o mais esperto da jogada, construindo seu próprio mundo e realidade. Porém, aos poucos este começa a despencar, devido a falha nos negócios que põe em cheque todos os envolvidos, tudo isso muito bem orquestrado pela misteriosa Malkina (Cameron Diaz). A cada decaída, o caminho da redenção torna-se cada vez mais distante, ao mesmo tempo que as penitências aos pecados fatos inevitáveis.

O roteiro de Cormac McCarthy, autor de títulos como A Estrada e Onde Os Fracos Não Têm Vez, é muito instigante e mistura diversos embates morais, culturais, filosóficos e até religiosos. A figura que é construída -e desconstruída- do Conselheiro é do homem comum, refém de seus interesses e intenções, sujeito a ultrapassar seus valores individuais afim de conquistar dinheiro e outros privilégios, tendo que conviver com sua consciência e pecados.

Michael Fassbender atua com garra seu personagem, tendo uma performance consistente e expressiva, Penélope Cruz fica um pouco apagada e consegue poucos momentos relevantes, Javier Bardem está bem à vontade e consegue convencer, mesmo exemplo de Brad Pitt que vêm mostrando vontade de atuar, nos últimos tempos. Agora, destaque merecido deve ser dado para Cameron Diaz, que rouba a cena e está na melhor performance de sua carreira, fazendo uma vilã marcante, inusitada e com uma cena em especial que é extremamente bizarra, digna de uma indicação ao Oscar de melhor atriz coadjuvante.

O Conselheiro do Crime é um daqueles filmes que não é digerível para todos, o que justifica inúmeras críticas negativas. Porém, para os que pretendem se arriscar, devem aceitar os questionamentos propostos, sendo assim O Conselheiro conseguirá ser um filme no mínimo reflexivo e que vai te fazer pensar nos seus pecados.

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