Direção: Roger Donaldson
Roteiro: Michael Finch e Karl Gajdusek
Elenco: Pierce Brosnan, Olga Kurylenko, Luke Bracey
Estréia no Brasil: 06 de novembro de 2014
Gênero: ação/ espionagem
Duração: 1h e 48 minutos.

Pierce Brosnan ganhou grande notoriedade por ter encarnado o espião James Bond em cerca de cinco filmes da série 007. Após sua passagem na franquia, o ator teve dificuldades para se afirmar no cinema, tendo seu breve ápice em “O Escritor Fantasma (2011)”, do diretor Roman Polanski, porém não encontrou seu lugar ao sol. O que resta a um veterano fazer para se manter, além de decair ao gênero das comédias românticas? Simples: retorne ao gênero que o consagrou, não importando se o personagem nada mais for que um plágio de si mesmo no passado. Seguindo essa lógica, chega aos cinemas “November Man- Um Espião Nunca Morre”.

Equivocado é uma característica muito presente nesse longa, tentando pegar carona de portar como protagonista um “ex-Bond”, entretanto não consegue criar um sentimento genuinamente próprio e legítimo, decaindo assim a todos os tipos de clichês e repetições possíveis do gênero. No enredo, Peter é um agente do alto escalão (Pierce Brosnan), após se aposentar devido a falha de uma missão culminante na morte de uma criança inocente pelas mãos de seu pupilo (Luke Bracey), retorna à atividade para desmascarar o aspirante à presidência da Rússia, envolvido seriamente em morticínio na Chechena e barbaridades ao seu povo. Como as coisas não dão como o previsto, Peter vira alvo tanto da CIA quanto do serviço secreto russo, reagindo fortemente assim, tendo que proteger a misteriosa Alice (Olga Kurylenko) , chave para finalizar o caso.

Estamos em pleno século XXI, quase 25 anos após o término da Guerra Fria e ainda o cinema americano martela em colocar os russos como ameaças principais da governança global, ora, além de ser extremamente clichê visto a imensidão de longas com abordagem similar, soa muito pouco criativo e repetitivo. Um roteiro tão escasso, incapaz de construir um único momento de ousadia e invenção, mostra um total desperdício de potencial, elenco e financiamentos, é tudo tão previsível que nem precisa acompanhar o desfecho de toda ação para saber como terminará. O mais nefasto é como Pierce Brosnan, após ter uma participação incrível no filme do Polanski, se sujeita a um papel tão vazio e repetitivo, entregando uma performance a nível, sem expressão, mesmo com algum dote de carisma.

Aos amantes de um atualizado e realmente legítimo filme do gênero da espionagem, sugiro procurar o recente “O Homem Mais Procurado” ou até mesmo o último Bond “Skyfall”, pois o sentimento maior deste filme é apenas frustração em ver pessoas competentes envolvidas num projeto tão falho e incrivelmente pouco divertido. Infelizmente, James Bond estaria envergonhado do que Pierce Brosnan está fazendo para se manter, uma pena.

TRAILER LEGENDADO

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