Título Original: Maze Runner: The Scorch Trials

Direção: Wes Ball

Roteiro: T.S. Nowlin

Elenco: Dylan O’Brien, Ki Hong Lee, Kaya Scodelario, Thomas Brodie-Sangster, Dexter Darden, Giancarlo Esposito, Jacob Lofland

Produção: Marty Bowen, Eddie Gamarra, Wyck Godfrey, Ellen Goldsmith-Vein, Joe Hartwick Jr. e Lee Stollman

Estreia Mundial: 7 de Setembro de 2015

Estreia no Brasil: 17 de Setembro de 2015

Gênero: Ação/Aventura

Duração: 131 minutos

Classificação Indicativa: 14 anos

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Desde a estréia de Jogos Vorazes, reitero a minha felicidade em ver o cinema “blockbuster teen” (se assim pudermos classificar) apostando em histórias com conteúdo e, principalmente, com questionamentos indiretos à forma como se estrutura a nossa sociedade. Na atualidade, temos três franquias seguindo esse estilo: Divergente, Jogos Vorazes e Maze Runner (cuja crítica do primeiro você confere aqui). A primeira ainda não mostrou a que veio, apresentando dois filmes bastante irregulares, apesar do argumento interessante. A segunda não só mostrou a que veio, como também surpreende a cada filme. A terceira, com essa segunda produção, prova que, sim, possui bastante a acrescentar nesse universo e, quem sabe, chegar perto da excelência da história de Katniss.

A produção começa basicamente da onde a primeira terminou, sem maiores esclarecimentos. Thomas (Dylan O’Brien) e seus colegas de clareira saem do labirinto e são levados para um lugar onde são bem recebidos com muita comida e camas confortáveis. Aparentemente tudo parece estar melhorando, no entanto, o protagonista começa a desconfiar que eles ainda podem estar sendo manipulados pela CRUEL – empresa responsável pelos testes na fita anterior. Suas suspeitas, começam a atenuar quanto o chefe desse novo local se nega a informar o que estão fazendo com a Teresa (Kaya Scodelario) que está sendo mantida afastada pelos coordenadores desse novo local. Em suas investigações junto com Aris (Jacob Lofland) ele acaba confirmando suas suspeitas de que todos ainda estão sob o controle da CRUEL e que é só uma questão de tempo até os testes voltarem a ocorrer.

Wes Ball assume a direção novamente mantendo o nivel razoável que apresentou na produção anterior, só que dessa vez ele está um pouco mais contido. Se antes tinhamos câmera tremendo toda hora e cortes rápidos, agora o diretor aposta na narrativa mais ágil e frenética. Junto com o roteiro de T.S. Nowlin e a montagem de Dan Zimmerman, a condução de Ball funciona muito bem, não deixando a película cair na chatice ao engatar uma cena de ação na outra ou até não abrindo espaço para muitos diálogos expositivos. Por outro lado, a produção continua insistindo no suspense excessivo como recurso para preparar terreno para uma sequência – o que, obviamente, acaba prejudicando o andamento de história.

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Em um dado momento da projeção, por exemplo, uma das personagens diz a Thomas que ele faz muitas perguntas. De certa forma, é assim que ficamos durante boa parte da fita: cheio de dúvidas, pois vamos sendo introduzidos a uma série de novos elementos o tempo todo, porém eles não são muito bem explicados. No início, essa tática pode até funcionar, produzindo alguma eficácia; quando chegamos na metade do filme, contudo, o recurso começa a irritar e, de certa forma, deixa o espectador perdido em função da quantidade de novos elementos que vão sendo inseridos sem a menor elucidação.

Quanto aos aspectos técnicos, temos poucas diferenças em relação ao primeiro filme. A fotografia é bastante efetiva na tarefa de criar uma atmosfera tensa e clastrofóbica; o 3D, apesar de inúitil em boa parte da projeção, em algumas cenas específicas, funciona de maneira surpreendentemente bem. Por exemplo, em um dos momentos de fuga dos protagonistas vemos eles subindo um prédio destruído enquanto a câmera, em um plongée extremamente aberto (o qual favorece o 3D), chega a causar vertigem em função da profundidade: temos a sensação de que estamos realmente fugindo junto com eles.

A mesma maestria é observada na inteligente e muito bem utilizada mixagem de som a qual dispensa os clichês caracterísitcos do gênero. Isso fica muito bem demonstrado na cena em que os personagens estão tentando arrancar informações de alguém e a música da ação anterior continua ao fundo bastante alta. Quando conseguem a informação, a música some, a câmera fecha o quadro, causando uma impressão, mesmo que insconsciente, no espectador de que algo não está certo. Enfim, mais do que isso não posso contar, pois vai ser spoiler.

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Com esta sequência, em suma, Maze Runner começa a mostrar a que veio, a despeito de ter muito a explicar nos próximos filmes. Agora já podemos enxergar alguns conceitos e algumas discussões mais profundas que até então só tínhamos visto na franquia jogos vorazes e isso é um bom sinal. Agora é esperar o(s) próximo(s), já que, mais um vez, a fita termina sem nada estar resolvido. Bem, parece que essa é a nova moda, então, só nos resta sentar e aguardar.

TRAILER LEGENDADO

About the author

Editor-Chefe do Cine Eterno. Estudante apaixonado pelo universo da sétima arte. Encontra no cinema uma forma de troca de experiências, tanto pelas obras que são apresentadas, quanto pelas discussões que cada uma traz. Como diria Martin Scorsese "Cinema é a importância do que está dentro do quadro e o que está fora".

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