Título Original: Paddignton

Direção: Paul King

Roteiro: Paul King

Elenco: Nicole Kidman, Ben Whishaw, Michael Gambon, Peter Capaldi, Sally Hawkins, Jim Broadbent, Hugh Bonneville e Julie Walters

Produção: David Heyman

Estreia Mundial: 28 de Novembro de 2014

Estreia no Brasil: 04 de Dezembro de 2014

Duração: 95 minutos

Gênero: Comédia/Família

Classificação Indicativa: Livre

 

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Admito que tenho um leve pé atrás com filmes cujo protagonista é um animal falante, ao passo que o resto do elenco é composto por humanos. Fecho os olhos e algumas bombas, principalmente da sessão da tarde, acabam vindo a minha mente. Por isso, antes da sessão de Paddington, eu estava com muito receio de que a produção fosse ser mais um Beethoven ou um Garfield da vida e, para minha surpresa, As Aventuras de Paddigton é extremamente leve e divertido, o suficiente para, em 10 minutos de filme, despir todo o meu preconceito.

Pela primeira vez a adaptação de um dos livros infantis mais aclamados pelos britânicos chega aos cinemas e com uma leve reformulada para se adaptar às novas gerações. Com um início bem dinâmico, somos apresentados a Paddingnton que, após uma catástrofe, perde sua casa e acaba indo para Londres em busca de um antigo explorador. Sua única pista para encontrá-lo é um chapéu velho. Chegando na cidade, o protagonista é surpreendido pela falta de hospitalidade e indiferença das pessoas com a sua presença, até que ele é abordado pela família Brown que decide auxiliá-lo nessa jornada

Como era de se esperar, levar um urso para casa só poderia resultar em uma coisa: muita confusão. Paddignton nunca esteve com humanos antes e muito menos sabe como lidar com os objetos que vão surgindo no meio do caminho. A partir daí, entra a segura direção de Paul King que em seu segundo longa já demonstra um completo domínio de lentes, de ângulos e, principalmente, do espectador. Ele – que também assina o roteiro da película – mantêm uma linguagem narrativa que vai cativando a todos os públicos, seja com as transições dinâmicas entre uma cena e outra (aqui tenho que fazer uma menção honrosa ao montador Mark Everson), seja pela forma como ele vai enquadrando a cidade de Londres, sempre colorida e animada.

PADDINGTON

Além disso, outro dos grandes trunfos da produção reside no fato de ela não se levar a sério. Mesmo que seja repleto de cenas de ação e tensão, o alívio cômico está sempre cercando os personagens. Isso se deve, em grande parte ao elenco estrelar que consegue fazer esse misto de emoções sem que pareça exagerado ou forçado. O destaque aqui vai para Nicole Kidman, no papel de vilã da história. Ela dá um show de cinismo e caricatura que, sim, poderia ter dado muito errado e parecer totalmente galhofa, mas acaba funcionando de maneira espetacular, lembrando muito o que Glenn Close fez com a Cruéla em 101 Dálmatas. Além disso temos a sensacional participação de Julie Walters (Sra. Weasley de toda a saga Harry Potter) como a Sra. Bird, bem como uma pontinha de Jim Broadbent (também de Harry Potter). E, sim, não posso deixar de falar da Sally Hawkings (Blue Jasmine) no papel da matriarca da família, sempre tão doce e acolhedora.

Em suma, só o elenco já vale por toda a produção, mas para a nossa sorte, o filme é muito mais. Por outro lado, nós brasileiros (quase) sempre acabamos por ter uma surpresa desagradável quando temos um filme infantil prestes a estrear em nossas salas: a dublagem. Se em Enrolados tivemos o “prazer” de ter a voz de Luciano Huck como protagonista para assombrar nossos sonhos, aqui temos um urso peruano com sotaque paulista. Calma, calma, que essa, com certeza, não é a pior parte, pois temos aqui nada mais, nada menos do que um urso PERUANO com SOTAQUE PAULISTA dublado por Danilo Gentili. (pausa para uma respiração mais forte) Enfim, nem vou perder muito nosso tempo reclamando disso, visto que, infelizmente, o filme só chega por aqui em cópias dubladas, ou seja, é Danilo guerra abaixo, infelizmente. Aguardemos o DVD/Blu-ray.

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As Aventuras de Paddignton é umas das surpresas boas do ano. Leve, divertido e ágil, ele conquista tanto as crianças, haja vista que o urso é muito carismático e engraçado, quanto os adultos, pois temos no fundo uma história de aceitação e, claro, união e amor. Resumindo – e sem querer parecer locutor de sessão da tarde-, é um filme para toda a família.

About the author

Editor-Chefe do Cine Eterno. Estudante apaixonado pelo universo da sétima arte. Encontra no cinema uma forma de troca de experiências, tanto pelas obras que são apresentadas, quanto pelas discussões que cada uma traz. Como diria Martin Scorsese "Cinema é a importância do que está dentro do quadro e o que está fora".

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