Direção: Stefano Capuzzi
Roteiro: Stefano Capuzzi e Paulo Marcelo Tavares
Elenco: Caio Castro, Sabrina Sato, Tato Gabus Mendes
Produção: Stefano Capuzzi
Estreia: 08 de Maio de 2014
Gênero: Drama
Duração: 88 minutos

Sempre que penso em filmes que falam de superação, vêem a cabeça grandes clássicos como Menina de Ouro e Karate Kid, inclusive produções mais atuais como o O Vencedor, Gigantes de Aço e o brasileiro 2 Filhos de Francisco. O que todos eles têm em comum? Lidam com um “gênero” extremamente datado e previsível, porém conseguem, pela execução técnica e pelas atuações, fazer com que a história, aparentemente batida, fique interessante. A Grande Vitória também adota esses mesmos moldes, falhando, porém, nos aspectos técnicos como roteiro, fotografia e trilha sonora – sem falar nas atuações principais que são um show a parte (show de horrores, é claro).

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Na projeção, acompanhamos a história verídica de Max (Caio Castro) que é de origem pobre e vive com seus avós e sua mãe. Sem nunca ter conhecido seu pai, seu avô (Moacyr Franco) acabou por suprir essa lacuna. Após a morte do progenitor, as atitudes de Max acabam ficando deveras agressivas na escola, levando-o a ameaça de expulsão, por isso um dos professores sugere que ele comece a praticar judô para que possa canalizar essa revolta. O esporte acaba virando sua paixão e um novo rumo é dado em sua vida. No entanto, nem tudo são flores, pois, para conseguir continuar treinando, ele precisa de patrocínio.

Só por essa breve sinopse, já percebemos o quão clichê/auto ajuda é a narrativa: infância difícil, perda de um ente querido, dificuldade para seguir a carreira e assim por diante. Não dá para ignorar, entretanto, que a história real de Max (o qual, inclusive, faz participação como um dos personagens) é interessante e comovente, porém algumas escolhas do próprio diretor o qual também assume como co-roteirista, acabam por tirar um pouco o foco principal da história como o fato de abordar a volta do pai do protagonista a cidade para depois concluir o filme sem dar uma explicação do que aconteceu, assim como o resto da sua família que é ignorada pela narrativa após Max se mudar de cidade.
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Além disso, a escalação de Caio Castro para o papel principal ainda é uma icognita para mim. Mesmo com todo o apelo público que o ator tem, não há correspondência com a sua atuação que não encaixa com o filme, não só na questão de qualitativa, mas de biotipo para o personagem. No entanto, a presença do excelente Tato Gabus Mendes no papel do técnico de Max é essencial para que o desastre não seja completo, o seu personagem tem peso em todas as cenas, conseguindo, também suprir as lacunas de atuação deixadas por Castro. Ademais, não posso fechar esse assunto sem falar de Sabrina Sato, a maior surpresa do filme. Surpresa, porque ela só aparece por cinco minutos (eu esperava que ele fosse ser uma das protagonistas…ufa).

Um dos aspectos ao qual eu terei, mais uma vez (infelizmente), de me ater é a trilha sonora. Ultimamente nos filmes nacionais (e também internacionais), estamos enfrentando um sério problema com as composições musicais. Enquanto em outras áreas como fotografia, direção e até efeitos especiais percebemos um cuidado e uma evolução, no quesito musical estamos passando vergonha. Em A Grande Vitória, a trilha faz um desfavor ao filme, tudo o que está acontecendo em tela é repetido de forma exagerada pela musica que está tocando, gerando um desconforto no espectador.

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A Grande Vitória é mais um potencial desperdiçado pela cobiça em tentar fazer o espectador se emocionar de todos os jeitos, seja pelas frases de efeito que já estamos carecas de ouvir, seja pelos clichês mal aproveitados. Todavia, não podemos ignorar a mensagem positiva deixada pela produção. Querendo ou não, nossa realidade é pautada em desafios diários para conseguirmos alcançar nosso objetivos. Se tem algo que não posso tirar o mérito do filme é o fato de incentivar  (assim como a maioria dos outros) a seguir o seu coração, independente das oportunidades deixadas para trás.

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