Animais Fantásticos e Onde Habitam (Fantastic Beasts and Where to Find Them, 2016); Direção: David Yates; Roteiro: J.K. Rowling; Elenco: Eddie Redmayne, Katherine Waterston, Dan Fogler, Alison Sudol, Ezra Miller, Samantha Morton, Jon Voight, Carmen Ejogo, Colin Farrell; Duração: 133 minutos; Gênero: Aventura, Fantasia; Produção: David Heyman, J. K. Rowling, Steve Kloves, Lionel Wigram; Distribuição: Warner Bros. Pictures; País de Origem: EUA, Reino Unido; Estreia no Brasil: 17 de Novembro de 2016; Classificação Indicativa: 12 Anos;

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Parece mais que coincidência o lançamento de Animais Fantásticos e Onde Habitam (Fantastic Beasts and Where To Find Them) ocorrer justamente em um ano tão conturbado como 2016. Posições políticas se confundem com opiniões, muitas vezes equivocadas, acabando por gerar eventos polarizadores. Entram ainda mais em evidência o Brexit, a saída do Reino Unido da União Europeia, e a eleição de Donald Trump como presidente dos Estados Unidos, os dois países que partilham a herança desse spin-off de Harry Potter.

Ao levar sua trama fantasiosa para meados da década de 20, numa Nova York em constante desenvolvimento urbano, mas ainda nada suscetível a bruxos, a agora roteirista J.K. Rowling tem a possibilidade de explorar de maneira ainda mais contundente esse embate entre humanos e bruxos, os primeiros que não conseguem aceitar algo diferente e, os segundos que, em algumas ocasiões, se veem como superiores. Portanto, aí se introduz o Newt Scamander de Eddie Redmayne (A Garota Dinamarquesa, A Teoria de Tudo).

Porque seus estudos, e as razões pelas quais ele precisa ir até os Estados Unidos, condizem a algo que vai muito além dessas intolerâncias mal resolvidas entre humanos e bruxos, e dentre os próprios grupos. Newt Scamander, desde o princípio, parece servir ao propósito de explorar essa compaixão transcendente. Algo que, uma vez mais, por nem todos parecerem capazes de compreender, em múltiplos sentidos, coloca em risco toda a cidade.

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Contudo, o roteiro de J.K. Rowling, apesar de falar abertamente sobre tais temáticas, o faz de maneira deveras superficial. É inegável a qualidade em momentos que ressaltam a relação de Newt Scamander com seus fantásticos animais, porém, o foco passa muito longe disso, porque os interesses de Animais Fantásticos e Onde Habitam se revela um completamente diferente. O que faz com que o filme de David Yates (A Lenda de Tarzan) precise trabalhar com uma construção paralela de eventos, um dos maiores empecilhos para o resultado disfuncional da obra.

Não há mistérios sobre as ambições do filme, ou em sua própria narrativa, e Animais Fantásticos e Onde Habitam precisa não somente funcionar de forma independente, mas introduzir uma nova história que permita múltiplos capítulos e saciar fãs órfãs das consagradas adaptações dos livros de J.K. Rowling. Assim, há muito o que se cobrir, mas pouco, de fato, acaba por ser construído no filme.

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Os carismáticos protagonistas de Eddie Redmayne e Katherine Waterston (Steve Jobs, Vício Inerente) ajudam a estabelecer uma espinha dorsal do filme, principalmente nas suas partes de maior aventurança, no entanto, não há nem o suficiente para nos convencer de uma relação entre os dois, a não ser o que é feito em exposições de roteiro. Falha artimanha da qual J.K. Rowling parece se apossar, infelizmente, sem qualquer vergonha. A consequência é uma constante verborragia que desanda a delinear a própria trama.

O elemento utilizado como desculpa acaba por ser Jacob, personagem alívio cômico interpretado por Dan Fogler. Não que ele seja um problema no todo, aliás, parte da resolução de sua trama é um dos momentos mais sensíveis em todo o filme, o que o revela como funcional. O problema é como ele serve em demasia para que os outros personagens possam mastigar cada detalhe da trama para ele.

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Sutileza é algo que se faz necessário, em boa parte do filme. Porque a impressão que fica é que tudo se torna mecânico demais, a personagem de Katherine Waterston é uma das maiores vítimas desse processo de Animais Fantásticos e Onde Habitam. Queenie, irmã da personagem e interpretada por Alison Sudol, também se encontra nessa encruzilhada, onde temos aparentemente bons personagens desperdiçados em tramas superficiais.

Aqui entra a construção paralela do filme. Porque o tempo maior de desenvolvimento que podia ser entregue a tais personagens, recaí na construção de um encontro das diferentes tramas em um embate no clímax do filme. J.K. Rowling é tão culpada quanto David Yates, diretor que aqui repete o que tanto me incomoda em seus filmes da franquia Harry Potter.

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A antecipação ao clímax acaba por se revelar, em si, uma própria ferramenta anti climática, enquanto o diretor parece estar constantemente nos preparando para mais outro evento futuro, que parece jamais vir. Em Animais Fantásticos e Onde Habitam ele encontra ainda mais dificuldade, até na construção dessa antecipação, porque as tramas paralelas são imensuravelmente frágeis.

Alguns dos personagens, interpretados por grandes nomes presentes no elenco, não aspiram a mais do que participações especiais. Não por uma eventual felicidade proporcionada pelo escopo do filme, mas porque tal escopo os enxota e acaba subjugando-os a um esquecimento da narrativa, se revelando, por fim, tão desimportantes que representam um desperdício de tempo.

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Consequências de uma narrativa inconsequente, na qual J.K. Rowling opta pelo simples. O resultado não é de todo ruim, mas se pauta de maneiras tão diferentes que parece mais um conglomerado de ideias brilhantes -o interior da maleta de Newt Scamander é mágico!- circundado por reviravoltas medíocres, obrigações de tais ambições. Algo que não permite a Animais Fantásticos e Onde Habitam nem ter a seriedade à qual aspira.

Pois, se há um lado sombrio em sua trama, ele se perde em meio a tentativa de David Yates em balancear gags, algumas bebendo em clássicos do cinema, com uma aventura singular. Um pouco de cada um dos dois funciona, com direito a cenas hilárias, sequências de tirar o fôlego e um 3D bastante competente e acima da média. Todavia, se Animais Fantásticos e Onde Habitam sabe ser entretenimento de primeira, são suas intenções de ir além, e até uma certa presunção referente à inteligência de sua narrativa, que se fazem o problema.

Animais Fantásticos e Onde Habitam – Trailer Legendado:

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  4. Incrível! O ator Ezra Miller se compromete muito com o personagem. O último que eu vi foi a Liga da Justiça, na minha opinião, foi um dos melhores ezra miller filmes. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio, cuida todos os detalhes e como resultado é uma grande produção, um filme que se converteu em um dos meus preferidos. Sem dúvida o veria novamente! É uma boa opção para uma tarde de filmes.

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